terça-feira, 11 de outubro de 2016

MOHAS participará do HABITAT III em outubro de 2016

O MOHAS tem a grata satisfação de fazer parte da delegação que participará do  “HABITAT III” que é a terceira Conferência das Nações Unidas sobre Moradia e Desenvolvimento Urbano Sustentável. Estarão presentes pelo MOHAS: a Graças, Vani e a Vanete na cidade de Quito no Equador entre os dias 17 e 20 de outubro de 2016.
O objetivo da Conferência é assegurar a renovação do compromisso a favor do desenvolvimento urbano sustentável, abordar a questão da pobreza e identificar os novos desafios urbanos. 
Por Ani Dasgupta e Katherine Peinhardt  - The CitiFix.

O que está em jogo para as cidades na Habitat III?
As cidades representam mais de 50% da população global e a expectativa é de que esse número continue crescendo rapidamente nas próximas décadas. É essencial que este crescimento siga um caminho economicamente produtivo, ambientalmente sustentável e socialmente igualitário.

O que é a Nova Agenda Urbana?
Nos últimos anos, sob a gestão e a organização da ONU, líderes mundiais têm se reunido para discutir o que precisamos fazer para ajudar as cidades a avançar ao torna-las mais produtivas, ambientalmente sustentáveis e mais vivas. A visão construída nessas discussões forma a Nova Agenda Urbana, a declaração que resultará da Habitat III. Ela fornecerá um plano de ação para construir cidades que funcionam para o planeta, a economia e as pessoas.

Quais os desafios que os planejadores urbanos enfrentarão?
Líderes urbanos enfrentam escolhas difíceis conforme as cidades crescem a taxas sem precedentes, mais rapidamente na África e no sul da Ásia, geralmente em cidades pequenas e pobres com menos capacidade de lidar com as mudanças. Necessidades imediatas têm prioridade nessas cidades, mas isso gera o risco de que surjam políticas públicas limitadoras e infraestruturas que não podem ser sustentadas a longo prazo. Planejadores urbanos precisam ajudar as cidades a fazer escolhas melhores para solucionar os atuais problemas e ajuda-las a se preparar para o futuro. Planejadores precisam produzir exemplos de soluções que funcionam e encontrar formas de adaptá-las às soluções locais – eu acredito que o papel de um planejador urbano está se tornando mais importante do que nunca.

Quais são as formas mais promissoras de enfrentar esses desafios?
Cada cidade é diferente, então cada cidade desenvolverá um conjunto personalizado de soluções. Essas cidades que estão crescendo rapidamente, que geralmente apresentam capacidade limitada de fazer mudanças transformadoras, precisam se concentrar em alguns dos principais serviços que são realmente a base para uma cidade a crescer de forma sustentável. Onde a vida das pessoas importa, a primeira coisa que as cidades precisam focar é no planejamento do uso do solo, habitação acessível e um crescimento mais compacto. Em segundo lugar, é muito importante lidar com a forma como as pessoas se deslocam. Se as pessoas moram perto do trabalho, elas não terão de se mover muito longe ou muito rápido. Precisamos garantir que caminhar, pedalar e usar o transporte público sejam partes-chave da mobilidade urbana, em vez de permitir que a dominância dos carros nas cidades continuem. Finalmente, é prioridade que serviços básicos, como água, saneamento e energia precisam ser fornecidos de maneiras inovadoras, de forma que sejam acessíveis a todos as pessoas em uma cidade. Acertar os serviços básicos é crucial para as cidades do futuro crescerem de uma forma que seja alinhada aos objetivos climáticos e de desenvolvimento. Dessa forma, teremos cidades economicamente prósperas que são ambientalmente sustentáveis de forma que possam proporcionar uma alta qualidade de vida para todos.

As cidades podem ser parte da solução para as mudanças climáticas?
As cidades são uma parte importante do problema climático de hoje – cerca de 70% dos gases do efeito estufa são emitidos nas cidades – mas eu também acredito que elas também serão parte da solução. Para dar um exemplo, existem um bilhão de carros no mundo hoje, a maioria deles nas cidades. Se não fizermos nada sobre isso, em 2050 serão três bilhões de carros. Se esses carros usarem o combustível que usam hoje, teremos um planeta com temperaturas 6°C acima do período pré-industrial. Não chegaremos a um amento de apenas 2°C se não houver uma redução dramática no número de carros. Essa transformação é possível. A Habitat III pode fomentar soluções e mobilizar os recursos que precisamos.

Como a conferência em Quito pode ajudar a criar novos tipos de cidades?
A Habitat III é uma excelente oportunidade para todos nós nos reunirmos e acordarmos em uma visão e um caminho para as cidades pelo mundo. Eu acredito que se construirmos cidades que ofereçam igualdade de acesso aos serviços para todos os cidadãos e trabalharmos por uma mobilidade e um uso da terra sustentáveis, construiremos cidades que têm uma alta qualidade de vida para todos, são economicamente produtivas e ajudam a fomentar um futuro mais sustentável.

O que seria uma Habitat III de sucesso?
Nós temos acompanhado de perto o desenvolvimento do texto da Nova Agenda Urbana. Estamos na expectativa de que os líderes mundiais aproveitem essa oportunidade, não apenas ratificando a Nova Agenda Urbana, mas  também criando um clima de mudanças nas cidades pelo mundo. Na minha visão, uma Habitat III de sucesso precisa incluir:

Uma agenda de implementação e um processo de monitoramento muito claros
Comprometimentos nacionais com políticas de desenvolvimento que deem poder às cidades
Planos de financiamento que sustentem as soluções que surgirão em Quito

Se essas coisas acontecerem, todos teremos orgulho do processo da Habitat III e dos resultados de Quito.


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